sábado, julho 9

Revolta internacional contra Ricardo Teixeira


Informações | Lance!Press
Entidades internacionais que lutam pela transparência no esporte repudiaram as declarações do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, à revista “Piauí”. A ONG International Transparency, referência mundial no combate à corrupção, classificou como “repugnantes” as afirmações do cartola.

– Essas declarações não estão no tom que um líder do futebol brasileiro e internacional deve usar. É constrangedor para o Brasil se estas foram realmente autorizadas por Teixeira ou testemunhadas.

Então, para mim, cabe às autoridades brasileiras, bem como à Fifa, analisá-las e tomar as atitudes necessárias – disse Sylvia Schenk, consultora da entidade para assuntos de corrupção no esporte.

Em nota, o Change FIFA –movimento virtual que defende profundas mudanças na entidade máxima do futebol – afirmou que “a arrogância e o baixo nível das declarações de Teixeira são alarmantes, mas não surpreendentes.” “O Sr. Teixeira abusou por tempo demais do direito de gerir uma instituição pública do Brasil: o futebol. Nem ele nem a CBF inventaram ou são donos do futebol. Como meros administradores do esporte, devem o mínimo de transparência financeira e de gestão aos fãs, a quem o jogo, de fato, pertence”, completa o comunicado.

Segundo Jens Andersen, diretor da Play the Game, entidade internacional que trabalha pela lisura no esporte, Teixeira vai de encontro aos ideais do povo brasileiro: – Ele está traindo os ideais do esporte e do desejo do povo brasileiro em mostrar ao mundo que a sua cultura futebolística preza por diversão e excelência, e não por ganância, ameaças e perseguição.

Com a palavra: Sylvia Schenk, Diretora da ONG Internacional Transparency

Até empresas privadas estão transparentes

Organizar uma Copa do Mundo nunca será um assunto privado. Os estádios serão finaciados com dinheiros dos impostos, assim como as obras de infraestrutura - de mobilidade urbana, por exemplo. Então, ainda que o dinheiro do Comitê Organizador Local seja todo privado, o evento está ligado a gastos públicos.

Em tempo: até mesmo companhias privadas - incluindo marcas globais como Adidas, Coca-Cola, Daimler e outras - estão engajadas no relacionamento com as partes interessadas no seu negócio. Elas estão muito mais transparentes do que no passado e trabalham duramente para terem uma aproximação sustentável.

O futebol - financiado por bilhões de fãs em todo o mundo e pelo dinheiro da TV - também deve ser transparente.

Teixeira é criticado na Inglaterra

As declarações de Ricardo Teixeira também repercutiram negativamente na Inglaterra. À “Piauí”, o dirigente acusou a imprensa do país de “armar” matérias relacionadas à Fifa por terem perdido para a Rússia o direito de sediar o Mundial de 2018.

No entanto, a imagem de Teixeira em terras inglesas é negativa antes mesmo da polêmica entrevista. No início de junho, o deputado inglês Damian Collins foi questionado pela reportagem a respeito do cartola brasileiro.

– Precisamos na Fifa de pessoas que compreendam o futebol em todos os níveis – afirmou, em aberta crítica ao mandatário.

Collins lidera um movimento político internacional para pressionar a Fifa por mudanças. Até o momento, parlamentares de dez países já se juntaram à coalizão.

Na edição de ontem do LANCENET!, Collins voltou a criticar Teixeira:

– É hora de questionar se ele está apto a estar ligado à Copa-14.

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