segunda-feira, dezembro 5

Edilson Brito dá entrevista ao jornal EXPRESSO BRASIL e o blog do MAGNO SIQUEIRA


Edilson Brito fala sobre Montes Altos e sua pré-candidatura
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) pretende ocupar uma posição de destaque na eleição do próximo ano em diversas cidades brasileiras. Em Montes Altos não é diferente. O ex-candidato Edilson Brito já é o nome certo do partido como pré-candidato a prefeito. Segundo colocado em 2004 e 2008, Edilson é uma liderança que iniciou sua jornada nas lutas estudantis, em grupos de jovens e nos movimentos populares. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão e com 15 anos de experiência no serviço público, Brito declara que nesse momento encara dois desafios: envolver todos os partidos e lideranças da oposição na construção de uma candidatura forte e única, e demonstrar que a persistência de propostas verdadeiras serão capazes de vencer o poderio econômico de outras candidaturas. Nesta entrevista, concedida ao jornal EXPRESSO BRASIL e blogueiro Magno Siqueira, Edilson critica a falta de visão administrativa e de espírito democrático por parte dos últimos gestores, que, segundo ele, não adotaram um planejamento estratégico voltado para o desenvolvimento econômico e social de Montes Altos. Falando de Eleições 2012, Edilson Brito afirma que é pré-candidato e expõe com muita clareza seus pontos de vista.


Pergunta | O PSB mais uma vez confirmou seu nome como pré-candidato a prefeito de Montes Altos. Quais são as razões que lhe levam a querer disputar novamente?
Edilson Brito – A nossa pré-candidatura atende aos anseios das bases do partido em nível municipal e está incluída no processo de fortalecimento do PSB no Maranhão. Também estamos seguindo a orientação do Diretório Nacional, que estimula candidaturas próprias especialmente nas cidades onde o número 40 já mostrou força eleitoral. É o nosso caso, já que em 2004, deixamos de ganhar por uma diferença de 450 votos e em 2008 essa diferença foi de apenas 325 votos. Isso prova que nós estamos mantendo nossa liderança. Mas, a principal razão de lançarmos novamente a pré-candidatura é que nós queremos dar à população de Montes Altos, mais uma vez, a possibilidade de optar por uma nova proposta de administração, eficiente, participativa e solidária, que nós estamos propondo há oito anos, mas ainda não nos foi dada essa oportunidade.

Pergunta | Você foi candidato nas duas últimas eleições. A quem ou a que você atribui os resultados negativos?
Edilson Brito –
Olha, eleição é um jogo que não tem chance pra empate, ou você ganha ou você perde. É importante a gente refletir onde acertou e onde errou, porque os erros servem como lição, mas, passada a votação, não adianta muito ficar procurando explicações, a gente precisa olhar é pra frente. O que tenho a considerar é que em 2004 nossa candidatura surpreendeu a todos. Nós saímos do zero e com apenas 25 mil reais fizemos a campanha mais emocionante e surpreendente da história de Montes Altos, porque despertamos nas pessoas um sentimento de esperança, elas viram verdade nas nossas propostas de mudança. Por outro lado, nos faltou um pouco de maturidade para lidar com o estresse e com o jogo pesado que é uma campanha política. Já em 2008, uma das coisas que contribuíram muito pro resultado da eleição foi uma campanha rasteira e desumana que fizeram contra mim, antes e durante a eleição, me acusando de ser perseguidor, só porque eu informava a população sobre as irregularidades que alguns políticos não queriam que o povo ficasse sabendo.

Pergunta | Por que você não tem feito oposição ao governo do atual prefeito como vinha fazendo contra os prefeitos anteriores?
Edilson Brito –
Eu e o PSB somos oposição, apenas deixamos de escrever o Jornal O Quintiliano, que era o nosso informativo comunitário. Veja bem, quando o atual prefeito assumiu, nós do “Grupo do 40” fizemos uma grande reunião para discutir a nossa posição em relação ao governo dele e decidimos que só passaríamos a debater com a comunidade sobre a atual administração a partir de 2012.

Pergunta | Você resolveu tomar essa posição pelo fato de terem rotulado você de perseguidor?
Edilson Brito –
Na verdade, essa decisão foi tomada por mim e pela maioria do grupo, com um propósito. Não por medo ou por ressentimento, nem por achar que estávamos errados em mostrar a verdade pro povo. Nosso propósito era deixar que muitas pessoas vissem que a nossa militância política nunca foi pra atrapalhar nenhuma administração, e sim pra insistir que os prefeitos trabalhassem de forma correta, aplicando as verbas em benefício da população e sem desviar os recursos públicos. Hoje, eu sinto que Montes Altos compreendeu muito bem a nossa postura. Está claro que a oposição pode evitar os desvios de recurso públicos, mas não tem meios de impedir que um prefeito trabalhe. Ele só não trabalha se não quiser. Ta aí o resultado, não fizemos oposição e em alguns setores da administração a situação fez foi piorar: a saúde vive um caos, a educação é precária, a violência é uma ameaça constante e o desenvolvimento não acontece. Por isso, acreditamos que politicamente tomamos uma decisão correta, o tempo provou que aquela história de “perseguidor” foi apenas uma jogada rasteira e mentirosa que fizeram contra mim, pra evitar que eu vencesse a última eleição. Hoje, ninguém pode me acusar de nada.

Pergunta | Você já cansou de ser oposição?
Edilson Brito –
Tô com vontade de ser governo (risos). Sempre fiz oposição em Montes Altos, nunca tive medo de fazer. Fiz porque entendo que a cidade ganha mais transparência quando tem alguém que cobra, que aponta os erros, que dá boas sugestões. Isso é muito bom tanto para o povo como para o próprio governante, porque é da crítica que nasce a solução para muitos problemas. Eu costumo dizer que a oposição é muito mais útil para o povo do que os puxa-saco de prefeito, porque os oposicionistas cobram o que é do interesse do povo em geral, enquanto os puxa-saco são uma classe de gente que está mais pra defender seus próprios interesses e pra abafar malfeitos do seu chefe. Mas, não quero mais perder eleição, o meu o ideal é chegar ao governo, para implantar os projetos do PSB e fazer valer nossas idéias, com decência e transparência.

Pergunta | Qual é o peso de entrar numa terceira candidatura seguida, depois de ter perdido as duas primeiras?
Edilson Brito –
É o peso de uma sala de aula. As duas eleições foram uma excelente lição de vida pra mim. Eu nunca desisti dos meus grandes objetivos, acho que só vence quem é persistente e determinado. Se o Lula, por exemplo, tivesse desistido na segunda vez que perdeu, não teria se tornado um dos melhores presidentes do Brasil e um dos maiores líderes do mundo atual. Ele só chegou lá porque persistiu. Eu também estou persistindo.

Pergunta | O PSB realizou um congresso recentemente no Clube MAEC. O que foi discutido nesse congresso?
Edilson Brito –
Nós elegemos o novo Diretório Municipal do PSB, do qual eu fui eleito Presidente, e fizemos uma profunda análise da atual situação política, econômica e social de Montes Altos. Nesse encontro, que contou com a presença do deputado federal Ribamar Alves, do Prefeito de Sítio Novo, Dr. Jansen, de representantes de outros partidos e de várias lideranças locais, ficou pontuado que nossa cidade passa por uma série de problemas nas áreas da segurança, da saúde, da educação, do desemprego, da falta de estradas, da ausência de políticas públicas voltadas para a juventude, na falta de incentivo aos produtores rurais, entre outros.

Pergunta | Para você, quais são as causas desses problemas?
Edilson Brito –
Nós entendemos que esses problemas têm duas causas principais: a primeira delas está na falta de ação política e de um planejamento municipal, com ações de curto, médio e longo prazo; a segunda é a falta de transparência na aplicação dos recursos que chegam todos os meses aos cofres da prefeitura. A população não sabe como o dinheiro público é gasto em Montes Altos.


Pergunta | De que forma um planejamento municipal contribuiria para a solução dos problemas que você apontou?
Edilson Brito –
É claro que a solução de tantos problemas não acontece num passe de mágica, requer certo tempo. Por isso mesmo é que é necessário planejar. Eu não acredito no desenvolvimento de qualquer município do porte de Montes Altos e com características econômicas e culturais iguais às nossas se não for a partir desses fundamentos: planejamento, participação comunitária e transparência. Um município é como uma pessoa jovem tem todo um futuro pela frente. Mas, se esse jovem não sabe qual é a sua vocação e não planeja o seu amanhã, então ele não saberá o caminho que deve seguir, seu futuro se torna incerto e seus problemas materiais tendem a se tornar crônicos. Assim também é um município. Em minha opinião, logo que um prefeito eleito assume o comando, precisa estabelecer juntamente com as principais categorias e segmentos sociais, tanto do campo como da cidade, como os trabalhadores rurais, a juventude, os professores, funcionários, associações, vereadores, conselhos municipais, igrejas e sindicatos quais são as metas de sua administração para os quatro anos. Tem que haver um plano de gestão para cada área: saúde, educação, obras etc. E isso não pode parar nunca, deve ter continuidade através de audiências públicas no decorrer dos quatro anos do seu mandato. Assim, é que a população passa, a saber, exatamente para onde é que sua cidade está caminhando, como é que os problemas estão sendo enfrentados, quais os recursos que estão chegando na prefeitura, qual a sua finalidade e a forma que estão sendo gastos. O resultado de tudo isso é que a Saúde passa a funcionar bem, a Educação melhora, as obras começam a acontecer e a cidade ganha novo ritmo, porque a população, consciente e bem informada, passa a exigir eficiência e clareza nas ações do prefeito, evitando que ele se desvie do caminho traçado anteriormente pela comunidade.


Pergunta | Na atual conjuntura de seu município, você vê viabilidade em sua pré-candidatura para vencer a eleição?
Edilson Brito –
Todo mundo está percebendo a tendência para uma disputa direta entre dois candidatos, sendo que um deles deve ser o atual prefeito. Nesse momento, a população está querendo saber qual é o nome da oposição que reúne as melhores condições para disputar a eleição. A oposição tem vários pré-candidatos e todos estão cientes que se ficarmos divididos em mais de uma candidatura, será ruim para todos, porque corremos o risco de dar a eleição de bandeja. Por isso, todos defendem que a oposição se una em torno de uma candidatura forte e única. Mas, em minha opinião, não basta só unir os oposicionistas, temos de escolher entre nós o melhor candidato pra vencer e pra governar. Não desmereço nenhum dos demais pré-candidatos, contudo, acredito que a nossa pré-candidatura reúne todas as condições políticas para unir a oposição, chegar à vitória e fazer um governo de consenso, com a participação das lideranças e partidos que se opõe à administração atual e querem algo melhor para Montes Altos.

Pergunta | Você já conversou com outros pré-candidatos e partidos?
Edilson Brito -
Sobre alianças já começamos a conversar e estou percebendo um grande amadurecimento dentro da oposição, as pessoas estão mais abertas, mais dispostas a superar eventuais diferenças que possam existir entre uns e outros, tendo em vista essa necessidade de unir.

Pergunta | Você já firmou compromisso com algum dos outros pré-candidatos?
Edilson Brito –
Não. Uma aliança dessa natureza precisa ser firmada entre todos e não de forma isolada. Também não pode ser fechada precipitadamente, de uma hora para outra, é preciso muito diálogo e muito entendimento. Ainda não falamos nada sobre um ser vice do outro, ou desse ou daquele pré-candidato, ainda estamos no início das conversações. E de minha parte e do PSB, até o presente momento o compromisso que temos com um é o mesmo compromisso que temos com todos os demais pré-candidatos da oposição, que é de unir todos em torno de uma só candidatura.

Pergunta | Você acredita que todos estão abertos a renunciar a suas pretensões caso não sejam escolhidos como o candidato da oposição?
Edilson Brito –
Nesse sentido, eu posso falar apenas por mim, mas estou vendo muita disposição e sentindo franqueza entre os meus colegas pré-candidatos. Sei que não é muito fácil renunciar a um projeto de candidatura, porque todos têm o legítimo desejo de ser o representante de sua cidade. Por esse objetivo as pessoas se dedicam muito e criam uma enorme expectativa. Porém, é necessário entender que existe um projeto maior, que é Montes Altos. Não adianta ser candidato só por ser candidato, o objetivo principal é vencer. Assim, é preciso que cada um esteja aberto à possibilidade de apoiar outra candidatura que não seja a sua própria.


Pergunta | Você está?
Edilson Brito –
Se eu não estiver aberto a isso, não posso querer que os outros pré-candidatos estejam. É uma regra que vale pra todos.

Pergunta | Como você espera que aconteça a escolha dos candidatos a prefeito e a vice pela oposição?
Edilson Brito –
Temos que apostar na possibilidade dessa decisão sair através do diálogo entre os pré-candidatos. Se, porém, o entendimento não for possível por este meio, o critério mais justo é ouvir a comunidade através de pesquisas, porque além de prestigiar a opinião do povo no processo de escolha do candidato, ainda teremos a certeza de estar lançando a candidatura efetivamente mais forte, pois o povo que aponta o candidato é o mesmo povo que decide a eleição.

Pergunta | Diante desse clima de união, quais são os aspectos mais importantes de sua pré-candidatura para unir a oposição em torno do seu nome?
Edilson Brito –
Não sou intransigente. Acho isso um ponto essencial. Na minha militância política dos últimos anos em Montes Altos, acredito que o meu maior amadurecimento, tanto pessoal quanto político, foi desenvolver a capacidade de administrar diferenças e saber conciliar opiniões e interesses diversos para um propósito comum. A conjuntura da oposição nesse momento exige essa capacidade de seus líderes. Tenho boa relação política com todos os demais pré-candidatos oposicionistas e isso é fundamental na construção da união que todos desejam. Acho também que a maior qualidade que um político pode ter é a coerência e nesse quesito eu me orgulho muito de sempre ter mantido uma posição firme, sem arredar de minhas convicções e sem baixar a cabeça diante daquilo que eu considero ruim para o povo. Entendo que esse é um dos aspectos que torna minha pré-candidatura bastante suscetível de agregar apoio tanto popular quanto das demais lideranças da oposição.

Pergunta | Uma campanha eleitoral necessita de recursos financeiros. Mesmo a mais idealista das campanhas precisa de dinheiro para se viabilizar. É duro dizer, mas é a verdade. Como trabalhar uma campanha onde os adversários gastam muito?
Edilson Brito -
Eu tenho consciência de que necessitamos de recursos e sei também que muito desse dinheiro usado nas campanhas são destinados para comprar votos, cabos eleitorais. Não estou disposto a burlar a lei, mas, recursos financeiros para fazer uma campanha envolvente, dentro da legalidade, com certeza iremos ter. Nós queremos usar a campanha é pra discutir seriamente os caminhos para melhorar a vida do povo e transformar Montes Altos numa cidade próspera e organizada. Eu entendo que de um modo geral a principal origem que dá causa aos problemas que afetam a vida das pessoas em Montes Altos está nas campanhas eleitorais milionárias. É de praxe, pelo Brasil afora, que os caras gastam o que têm e o que não têm para se eleger e ficam presos pelas próprias pernas. O candidato só tem dez mil reais, mas gasta um milhão na campanha. Assim, a administração do eleito já nasce comprometida, ele não tem como fazer uma gestão transparente. De onde é que o prefeito eleito vai tirar tanto dinheiro pra pagar os milhões gastos na sua campanha? Com certeza, não será do salário dele nem do saco de presentes do Papai Noel. É do lombo de quem trocou o voto por um botijão de gás, um litro de gasolina ou uma dose de pinga e até daqueles que não venderam seu voto, porque é todo mundo que paga o pato.

Pergunta | Você acha que a população pensa assim?
Edilson Brito –
Se a maioria ainda não pensa dessa forma, nós precisamos convencê-la de que isso é a mais absoluta realidade. O povo precisa entender isso de uma vez por todas. Não dá pra trocar quatro anos de prestação de serviços eficientes de saúde, educação, estradas, geração de emprego, desenvolvimento, por três meses de folia e migalhas que não duram nem uma semana. Penso que Montes Altos tem feito isso nas últimas eleições e tem pago um preço muito alto. Portanto, vejo que a mudança de comportamento dos prefeitos precisa necessariamente passar pela mudança de postura do eleitor nas campanhas eleitorais. Com base nisso, pretendemos nos apresentar como uma alternativa baseada na única forma possível de se fazer uma gestão que de fato mude a vida dos monte-altenses pra melhor, que é chegar limpo na prefeitura, através de uma campanha sem gastos absurdos, fundamentada em propostas sérias e realistas.

Pergunta | Pra concluir, em sua opinião, qual é o perfil ideal do prefeito de uma cidade pequena, como Montes Altos?
Edilson Brito –
O prefeito deve ser um administrar ousado e humano. Ousado, no sentido de acreditar nas coisas possíveis e correr atrás até daquilo que muita gente pensa ser impossível de conseguir; e humano, no sentido de compreender que nas cidades pequenas, principalmente no nosso Maranhão, as pessoas são muito carentes, todos dependem muito da ação da prefeitura. Por isso, o administrador tem que governar para todos, pensando em cada um; precisa olhar para as pessoas como gente, como cidadãos que merecem respeito e dignidade, como pessoas que têm direito a uma vida diferente, uma vida melhor. Quando um líder assume essa postura ousada e humana, ele realiza coisas inacreditáveis em favor de sua gente. E pra mim, o melhor troféu que um governante pode dar a ele mesmo quando termina seu mandato é a saudade que esse espírito de ousadia e humanidade deixa plantada no coração do povo.

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