sábado, setembro 8

Treze são indiciados por assassinato do jornalista Décio Sá

Segundo o Ministério Público, o advogado Ronaldo Ribeiro e outras 12 pessoas tiveram participação direta no crime.
Com informação - Imirante

SÃO LUÍS - O Ministério Público ofereceu denúncia contra 13 pessoas pelo assassinato do jornalista Décio Sá. A denúncia crime foi apresentada a 1ª Vara do Tribunal do Juri.

De acordo com informações, o Ministério Público apontou todos os denunciados por envolvimento direto no assassinato do jornalista. Entre os envolvidos, o advogado Ronaldo Ribeiro e o empresário Gláucio Alencar. Ronaldo Ribeiro é advogado de Gláucio Alencar e estaria sendo investigado também pelo crime de agiotagem.

Operação Detonando

As investigações da polícia que resultaram na "Operação Detonando” teve como desfecho o pedido de prisão preventiva de 13 pessoas além da apreensão de carros, documentos, cheques e notas de empenho de prefeituras maranhenses.

Entre os envolvidos diretamente na morte do jornalista estão: Gláucio Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, apontado, também, como mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido, também, como "Capita", subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o jornalista; Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor de Décio Sá e que está preso desde o dia 5 deste mês por tráfico de drogas – com uma extensa ficha criminal; Fábio Aurélio do Lago e Silva, de 32 anos, o "Bochecha", preso na Chácara Brasil, é suspeito de participar do crime e teria todo oconhecimento das ações do grupo; José Raimundo Chaves Júnior, o "Bolinha", de 38 anos, preso no Jardim Eldorado, suspeito de intermediar as ações do crime; e Airton Martins Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a "Bolinha".

Agiotagem

As investigações sobre o assassinato de Décio Sá levaram a polícia a descobrir um esquema de agiotagem no Maranhão. No início do mês de julho, a Secretaria de Segurança criou uma comissão de delegados para investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão.

O esquema, descoberto com a apuração do assassinato do jornalista Décio Sá, pode envolver prefeituras, com base na análise preliminar dos documentos, cheques e notas de empenho apreendidos em poder de dois dos principais envolvidos no crime, os empresários Gláucio Alencar, do ramo de merenda escolar, conveniado a várias prefeituras, e o pai dele, José de Alencar Miranda, de 72 anos, suspeitos de serem os dois principais mandantes do assassinato.

O delegado da Polícia Federal Pedro Meireles ficou conhecido em todo o Estado pela sua forte atuação no combate ao crime organizado em diversas prefeituras maranhenses envolvidas com o desvio de verbas públicas, durante as operações Rapina I e II, deflagradas em 2008.

No dia 1 de agosto, ele prestou depoimento na Seic, uma vez que foi citado no depoimento do agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos. No depoimento, o agiota disse que o policial federal teria enviado uma mensagem o informando sobre a morte de Décio Sá. Acompanhado do corregedor da Polícia Federal, Alexandre Macedo da Silva, o delegado da PF chegou à sede da Seic para depor por volta das 9h30. O depoimento se estendeu por aproximadamente três horas e, assim que Meireles saiu da superintendência, ele se recusou a falar com a imprensa.

O crime

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o crime foi motivado por reportagens publicadas no blog do jornalista. A quadrilha, que atuava no desvio de verbas de merenda escolar e em crime de agiotagem, começou a ter prejuízo a partir da publicação de reportagens no Blog do Décio. Um consórcio formado por empresários encomendou a execução do jornalista.

O executor cobrou R$ 100 mil para matar o jornalista, mas teria recebido apenas R$ 20 mil do valor combinado. Jhonatan Silva, então, voltou a São Luís para receber o valor restante.

Relembre o caso

O jornalista Décio Sá foi morto a tiros no dia 23 de abril, em um bar da avenida Litorânea, com cinco tiros. O motivo do crime foram as denúncias realizadas pelo jornalista, em seu blog, sobre uma quadrilha de agiotas que atuava no Maranhão.

Nenhum comentário: